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Dramaturgia é somente a construção semântica de um trabalho cênico? O processo de criação que se encarrega de criar uma dramaturgia é um processo que busca somente construir o discurso da obra? Qual sua conexão com os processos criativos que se desenrolam a partir dos corpos e das demais materialidades da cena? Quais as diferenças entre fazer dramaturgia e escrever um texto para ser falado diante de um público? O que está em jogo quando a dramaturga assume um modo de estar nos processos que abarca outras dinâmicas além da criação de uma materialidade textual? Quais as implicações de uma dramaturgia que se propõe enquanto propulsora e articuladora de processos, discursos, imagens poéticas, sentidos e sensações?

Essas são as questões norteadoras do processo de pesquisa em dramaturgia que se iniciou em 2011 e segue no campo artístico e acadêmico, através de pesquisas práticas e teóricas desenvolvidas junto aos coletivos dos quais sou integrante ou tenho colaborado, além de processos pedagógicos com adolescentes e adultos. 

O desenvolvimento de práticas de preparação para a escrita se apresenta como uma das frentes de um projeto que visa desmistificar a figura da pessoa que escreve, seja dramaturgia, seja um romance, sejam contos ou um roteiro - essa figura que muitas vezes esteve associada a "pura atividade intelectual" e a uma prática solitária - com a premissa de que escrever é uma atividade psicofísica e potencialmente coletiva e de que as escrituras cênicas são feitas também de gestos, imagens, sons e suas fricções com a materialidade da palavra.  

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